Professional Master's Dissertation

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Prevendo a Produção Industrial americana em ambientes de alta dimensionalidade, através de Mercados Financeiros, sentimentos, expectativas e variáveis econômicas

O presente trabalho traz 6 diferentes técnicas de previsão para a variação mensal do Índice da Produção Industrial americana em 3 ambientes diferentes totalizando 18 modelos.  No primeiro ambiente foram usados como variáveis explicativas a própria defasagem da variação mensal do Índice da produção industrial e outras 55 variáveis de mercado e de expectativa tais quais retornos setoriais, pmio de risco de mercado, volatilidade implícita, pmio de taxa de juros (corporate e longo prazo), sentimento do consumidor e índice de incerteza. No segundo ambiente foi usado a database do FRED com 130 variáveis econômicas como variáveis explicativas. No terceiro ambiente foram usadas as variáveis mais relevantes do ambiente 1 e do ambiente 2. Observa-se no trabalho uma melhora em prever o IP contra um modelo AR e algumas interpretações a respeito do comportamento da economia americana nos últimos 45 anos (importância de setoreeconômicos, períodos de incerteza, mudanças na resposta a pmio de risco, volatilidade e taxa de juros).

Eduardo Oliveira Marinho.


Orientador: Marcelo Medeiros.

Co-orientador: Gabriel F. R. Vasconcelos.

Banca: Márcio Gomes Pinto Garcia. Waldyr Dutra Areosa.

Subsídios implícitos em financiamentos concedidos por instituições públicas: o caso da Finep

 

Esta dissertação documenta e analisa os empréstimos concedidos pela Finep entre 2004 e 2017. São respondidas as seguintes questões: Qual a magnitude dos subsídios? Como têm evoluído? Como variam entre indústrias e regiões? Na amostra analisada, o valor médio dos subsídios implícitos nos empréstimos é de 8,6 milhões, sendo maior para contratos com taxas de juros pré-fixadas: R$10,9 milhões, ou 21,5% do valor presente dos empréstimos. Para os empréstimoss-fixados, indexados pela TJLP, o subsídiodio é menor, mas ainda assim relevante: R$2,6 milhões ou 11,7% do valor presente dos empréstimos. Tanto os valores dos empréstimos quanto os subsídios concedidos foram substancialmente elevados a partir de 2008atingindo seus picos entre 2013 e 2014. As indústrias de transformação e as regiões Sudeste e Sul tem sido as maiores beneficiárias.

Gustavo D'Albuquerque Andrade.


Orientador: Walter Novaes.

Banca: Ruy Monteiro Ribeiro.

Home Bias in a Monetary Union: How Financial Frictions Affect Output and Monetary Policy Decisions

First of all, I would like to thank my wife, Luisa, for all the love and support received during these years dedicated to the Master’s degree. I would also like to thank my family, Lucia, Flavio and Walter for their support and for being a lifetime example of dedication and determination. 

In all respects, I benefitted decisively from all the advice of my mentor Diogo Abry Guillén during classes and while working on my thesis, and I would like to thank him for the privilege of having his time and energy dedicated to this work.

I will never cease to appreciate the work done by the professors of the Macroeconomics and Finance master study program at PUC-Rio. Their thorough, inspiring work enabled me to gain access to a body of knowledge I would not be able to acquire otherwise. In particular, I would like to thank Carlos Viana de Carvalho and Waldyr Dutra Areosa for their comments about this work. 

Diogo Luiz Duarte.


Orientador: Diogo Abry Guillén.

Banca: Carlos Viana de Carvalho. Waldyr Dutra Areosa.

Avaliando Previsões de Volatilidade Realizada no Brasil Usando um Grande Conjunto de Preditores

Neste estudo avaliamos a literatura referente à modelagem de volatilidade, com foco na metodologia da volatilidade realizada. Implementamos dois métodos de estimação para a previsão de um dia, da volatilidade realizada de uma ação representativa do mercado brasileiro, a ETF BOVA11. Inicialmente usamos o método considerado benchmark para previsão de RV, o modelo auto regressivo heterogêneo, ou HAR. Em seguida, implementamos a modelagem preditiva por métodos de estimação de modelos de regularização e seleção variáveis. O grande benefício desses modelos é a capacidade de lidar com enorme número de variáveis (candidatas) implementando uma função perda para estimação dos coeficientes de variáveis candidatas. Nossos resultados apresentam evidencias a favor da superioridade dos modelos obtidos por regularização sobre o modelo HAR. Especialmente quando calibramos os modelos por regularização de modo a não penalizar 2 variáveis (componentes do modelo HAR) dentre as variáveis disponíveis na base. 

Victor de Lucca.


Orientador: Marcelo Medeiros.

Banca: Cristiano Augusto Coelho Fernandes. Ricardo Pereira Masini.

Tributação, renda e seus incentivos: Os efeitos da carga tributária na renda do Brasil

Seguindo modelo desenvolvido por Prescott (2002), este estudo questiona qual seria hoje a renda per capita do brasileiro em idade ativa se o país adotasse os sistemas tributários de três países desenvolvidos: EUA, França e Inglaterra. Esta pesquisa mostrou que, no Brasil, a tributação sobre consumo é superior à francesa, enquanto que os impostos sobre renda são praticamente equivalentes aos cobrados nos EUA. E apresentou, para comparar, o total de horas trabalhadas por indivíduo em idade ativa de cada país. Por fim, apresentou o resultado de uma possível aplicação deste modelo para o Brasil, concluindo que o PIB por pessoa em idade ativa seria superior ao atual com o sistema americano, inferior com o francês e praticamente equivalente com o britânico.

João Fernandes de Souza Guedes.


Orientador: Eduardo Zilberman.

Banca: Márcio Gomes Pinto Garcia. Marco Antonio Cavalcanti.

O impacto do crédito subsidiado via repasses públicos na potência da política monetária no Brasil

Estudei a transmissão da política monetária via canal de crédito com uma base mensal dos balanços dos bancos brasileiros de 2003 a 2017. Concluí que bancos que ofertam mais crédito subsidiado pelo governo e proveniente de capta-ções compulsórias são menos sensíveis a variações da política monetária. Dessa forma, ao manter uma política de incentivo econômico via expansão do crédito, o governo está obstruindo esse canal de transmissão e consequentemente reduzindo a potência da política monetária. Adicionalmente, concluo que os bancos continu-am rebalanceando sua carteira de crédito meses após o choque monetário, o que corrobora a visão de Bernanke & Blinder (1992) de que os bancos não desfazem seus contratos de crédito vigentes, mas apenas se recusam a fazer novos. Por fim, verifico um efeito de flight-to-quality em períodos de aperto monetário e menos liquidez na economia. Bancos tendem a reduzir mais seus créditos de alto risco do que os créditos de baixo risco. Entretanto, ao manter um alto volume de crédito subsidiado e proveniente de depósitos compulsórios esse efeito é mitigado.

Rafael Gama da Silva.


Orientador: Pablo Hector Seuanez Salgado.

Co-orientador: Arthur Amorim Bragança.

Banca: Márcio Gomes Pinto Garcia. Luiz Felipe Pires Maciel. Augusto Cesar Pinheiro da Silva.

Métodos de Machine Learning aplicados à modelagem preditiva de Cancelamentos de Clientes para Seguros de Vida

O objetivo deste estudo foi explorar o problema de churn em seguros de vida, no sentido de prever se o cliente irá cancelar o produto nos próximos 6 meses. Atualmente, métodos de machine learning vêm se popularizando para este tipo de análise, tornando-se uma alternativa ao tradicional método de modelagem da probabilidade de cancelamento através da regressão logística. Em geral, um dos desafios encontrados neste tipo de modelagem é que a proporção de clientes que cancelam o serviço é relativamente pequena. Para isso, este estudo recorreu a técnicas de balanceamento para tratar a base naturalmente desbalanceada – técnicas de undersampling, oversampling e diferentes combinações destas duas foram utilizadas e comparadas entre si. As bases foram utilizadas para treinar modelos de Bagging, Random Forest e Boosting, e seus resultados foram comparados entre si e também aos resultados obtidos através do modelo de Regressão Logística. Observamos que a técnica SMOTE-modificado para balanceamento da base, aplicada ao modelo de Bagging, foi a combinação que apresentou melhores resultados dentre as combinações exploradas.

Thaís Tuyane de Azevedo.


Orientador: Pedro Carvalho Loureiro de Souza.

Banca: Diogo Abry Guillén. Flavio Erthal Abdenur.

Fusões e Aquisições no Brasil entre 1994 e 2016

Esta dissertação analisa 3.193 fusões e aquisições que satisfazem três condi-ções: a transação foi concluída entre 1994 e 2016, a adquirida é brasileira e pelo menos uma das empresas envolvidas é de capital aberto. Os principais resultados são: i) o múltiplo de mercado documentado é alto: mediana de 9,33 para a razão do Valor Econômico da Empresa sobre o seu EBITDA, enquanto, no mesmo perí-odo, a mediana desse múltiplo para todas as empresas brasileiras de capital aberto é de 6,92; ii) 64% das transações na amostra  foram horizontais, isso é, envolve-ram compradoras e adquiridas que operam na mesma indústria; iii) em 51% das transações na amostra, investidores estrangeiros adquiriram empresas brasileiras; iv) empréstimos subsidiados pelo governo brasileiro estão presentes em 73 empre-sas adquiridas das 218 fusões e aquisições na amostra que envolviam troca de controle, e em 41 empresas adquirentes; e v) um incremento de um ponto percen-tual no PIB real aumenta em 14,7% o volume financeiro real envolvido nas tran-sações de fusões e aquisições. Os dados sugerem que as fusões e aquisições no Brasil são motivadas por uma busca por aumento de poder de mercado ou por expansão da atuação de empresas estrangeiras no mercado brasileiro. A presença de empréstimos subsidiados nos balanços das empresas adquiridas indica que motivações financeiras para as transações também são relevantes.

Pedro Neri Cannabrava.


Orientador: Walter Novaes.

Banca: Márcio Gomes Pinto Garcia. Ruy Monteiro Ribeiro.

Cross-country differences in returns to capital in the oil and gas industry

Primeiramente, o trabalho examina em que medida os países pobres possuem retornos de capital mais elevados que os países ricos. Em segundo lugar, investiga se as diferenças nos retornos de capital entre países estão correlacionadas com fatores institucionais, variância e/ou assimetria nos retornos. Os resultados indicam uma relação negativa entre os retornos e o PIB per capita mas com pouca significância econômica. Ademais, os resultados indicam correlações significantes entre retornos de capital e alguns fatores institucionais, embora esses também não sejam economicamente significativos. O desvio padrão ou a assimetria nos retornos não parecem estar correlacionados com os retornos. Em suma, os achados indicam que uma pior qualidade institucional é, até certo ponto, uma explicação plausível para altos retornos de capital nos países pobres. Ainda assim, a falta de significância econômica encontrada destaca a natureza idiossincrática dos retornos nesta indústria devido a independência entre retornos e fatores específicos ao país. Os resultados indicam a necessidade de adaptar a teoria economia à differenças setoriais e também é importante na prática para empresas privadas no setor de petróleo e gás, pois os resultados indicam que estas não devem se preocupar particularmente com o PIB per capita ou as instituições dos países em que considera investir. Ao invés disso, os resultados indicam que as empresas devem olhar principalmente para características dos poços mesmo. Diversas explicações plausíveis para os resultados são delineadas.

Oskar Solbraekke.


Orientador: Pablo Hector Seuanez Salgado.

Co-orientador: Arthur Amorim Bragança.

Banca: Fernando Castro de Campos Roriz. Marcelo Medeiros. Augusto Cesar Pinheiro da Silva.

Medidas de Incerteza e seus Impactos na Previsão do Hiato do Produto Brasileiro

A incerteza é um fator relevante na modelagem de variáveis macroeconômicas, especialmente em países emergentes. Neste estudo, tentamos entender se medidas de incerteza oriundas do mercado brasileiro podem melhorar as projeções de PIB do país. Traçando uma curva IS da forma mais simples possível: relacionando o hiato do produto a suas primeiras defasagens e aos juros reais ex-ante, podemos adicionar medidas de incerteza e atestar se estas melhoram as projeções de hiato realizadas para o período imediatamente subsequente. Como medidas de incerteza, utilizamos a dispersão de expectativas do boletim Focus para PIB e inflação; a volatilidade implícita dos contratos futuros de câmbio; o VIX; a volatilidade observada nas empresas mais relevantes do índice Bovespa e o Índice de Incerteza Econômica (IIE-Br). Conseguimos demonstrar com um exercício de backtest que a previsão de hiatos do PIB se torna melhor com a inclusão de variáveis de incerteza na curva IS.

Ilan Sampaio Parnes.


Orientador: Diogo Abry Guillén.

Banca: Marcelo Medeiros. Daniela Kubudi Glasman.

Prevendo variância realizada do S&P500 em dias de anúncio do FOMC

Este trabalho mostra que o VIX e sua versão de mais curto prazo tem poder preditivo sobre a variância realizada do S&P 500 em dias de FOMC (reuniões do Banco Central do Estados Unidos – FED). Apesar disto, o resultado não persiste quando utilizamos o Índice de Volatilidade do S&P 500 de Longo Prazo (3 meses).

Marcus Vinicius Melo da Silva.


Orientador: Ruy Monteiro Ribeiro.

Banca: Eduardo Zilberman. Marcelo Medeiros. Augusto Cesar Pinheiro da Silva.

Macroeconomic factors in asset pricing: an analysis of out-of-sample robustness

Este estudo tem como objetivo identificar os fatores macroeconômicos que constituem o risco sistemático para preços de ativos dos EUA e retornos de fun-dos mútuos usando a Teoria do Preço de Arbitragem, inspirado metodologicamen-te pelo Chen, Roll e Ross (1986). Concluímos que o modelo não explica bem o cross-section dos retornos nas ações na amostra mais recente e que as estimativas dos prêmios de risco não são estáveis.

Max Cramer.


Orientador: Ruy Monteiro Ribeiro.

Banca: Alexandre Lowerkron. Marcelo Medeiros. Augusto Cesar Pinheiro da Silva.

O impacto dos requerimentos de liquidez da Basiléia III na gestão de liquidez bancária

Este trabalho analisa o impacto dos requerimentos de liquidez da Basiléia III na gestão de liquidez dos bancos. A partir de uma base de dados que engloba ban-cos de todos os países signatários do Comitê de Basiléia III, foram definidos indi-cadores de liquidez bancária com base nas práticas utilizadas na literatura econô-mica e que busquem servir de proxies aos indicadores propostos pelo Comitê. Foram então verificados os cronogramas de implementação dos novos requeri-mentos de liquidez estabelecido por cada país. Acompanhou-se, então, a evolução dos indicadores de liquidez antes e depois do novo requerimento de liquidez insti-tuído pelo Comitê. Foi observado alta estatiscamente relevante nas proxies de liquidez de curto prazo. Por outro lado, o resultado das regressoões que buscam acompanhar a evolução de liquidez de longo prazo demontraram quedas estatisti-camente significaticas.

Rafael Ribeiro Madeira da Silva.


Orientador: Marcelo Medeiros.

Co-orientador: Alexandre Lowerkron.

Banca: Pablo Hector Seuanez Salgado. Ruy Monteiro Ribeiro. Augusto Cesar Pinheiro da Silva.

Estrutura Demográfica e a Transmissão da Política Monetária

Em um mundo em que a população seja mais velha, a maneira como a política monetária é conduzida precisa ser diferente? Esta é a questão que procuramos investigar.

As mudanças de política monetária têm efeitos diferentes sobre várias faixas etárias e, portanto, sobre se a eficácia da política monetária muda com envelhecimento da população.

Vamos neste estudo buscar uma explicação adicional, que a literatura tem até agora ignorado em grande parte. O impacto econômico e político do envelhecimento da população tem sido amplamente estudado no contexto da política fiscal, especialmente no que diz respeito às suas implicações no sistema de seguridade social. A literatura, entretanto, surpreendentemente manteve, de modo geral, os estudos de política monetária e demográfica separados, tratando efetivamente estes como questões independentes.

Vamos argumentar que a demografia deve ter uma influência importante na eficácia e, portanto, na condução da política monetária. Mais especificamente que os efeitos da politica monetária sobre a economia enfraquecem com a evolução demográfica.

Esta é uma questão relevante porque a população no mundo será, em média, substancialmente mais velha no futuro. Por exemplo, na Europa, é provável que a proporção da população com mais de 65 anos seja de cerca de 50% maior em 30 anos. E este resultado tem implicações significativas para condução da política monetária. Por exemplo, para obter o mesmo impacto sobre a atividade e a inflação, ceteris paribus, as mudanças nas taxas de juros terão de se tornar maiores em populações mais velhas, do que nas mais jovens.

Os perfis demográficos mudam significativamente de país para país. Enquanto alguns países envelhecem mais rapidamente do que outros (como, Alemanha e Japão), nenhuma parte do mundo permanece intocada por esse fenômeno. Com as taxas de fertilidade despencando em todo o mundo, inclusive em países de baixa renda, o mundo está passando por uma mudança demográfica sem precedentes e que está levando a um mundo rapidamente envelhecido. Os idosos costumavam representar uma pequena parcela da população, mas avanços tecnológicos e mudanças sociais nos últimos dois séculos transformaram essa estrutura demográfica.

Conceitualmente, numa país em envelhecimento, esperaríamos a priori que os vários canais através dos quais funciona o mecanismo de transmissão monetária variassem, alguns se tornando mais fortes, outros mais fracos. Os cortes mais novos e mais velhos são afetados de forma diferente, afetando a eficácia da política monetária em geral. De acordo com a teoria do ciclo de vida (Modigliani, 1970), as pessoas poupam nas fases iniciais da vida para suavizar o consumo ao longo do ciclo de vida e ter dinheiro para manter o padrão de vida na aposentadoria.  Dessa forma, os padrões de poupança e consumo seguem uma trajetória bem definida, que muda à medida que a população envelhece, com níveis de dívida subindo e depois caindo ao longo do ciclo de vida. Apesar de simples, essa ideia resulta em diversos desdobramentos não triviais, como a explicação das taxas de poupança e como variam de acordo com variáveis demográficas e econômicas.

Dessa forma, é esperado que populações mais velhas, tipicamente com um grande percentual de credores, sejam menos sensíveis às alterações das taxas de juros; enquanto que populações mais jovens, que normalmente tem um maior percentual de devedores, tenham sensibilidades mais elevadas à política monetária. Assim, as sociedades dominadas por famílias jovens tendem a ser mais sensíveis às mudanças nas taxas de juros, tudo o mais constante, e logo, as mudanças na política monetária seriam mais efetiva.

Iremos empiricamente avaliar o impacto do envelhecimento na eficácia da política monetária. Primeiramente, iremos estimar o impacto da política monetária sobre o produto/consumo, evidenciando um enfraquecimento geral da transmissão da política monetária ao longo do tempo. Em outras palavras, produto/consumo menos sensíveis às mudanças nas taxas de juros. Depois, utilizaremos o método de OLS para testar o efeito negativo e estatisticamente significativo das alterações demográficas na eficácia da política monetária.

Este estudo será estruturado da seguinte forma. No capítulo II, analisaremos quadro demográfico dos países em questão, seguida de uma explicação dos vários canais através dos quais as mudanças demográficas podem levar a mudanças na eficácia da política monetária. No capítulo III, usando um modelo VAR, estimaremos o impacto da eficácia da política monetária ao longo do tempo. Usando funções de resposta de impulso, analisaremos se existe um enfraquecimento geral do impacto da política monetária sobre atividade/consumo, sugerindo uma diminuição da eficácia ao longo do tempo. Em seguida, no capítulo IV, testaremos a relação entre mudanças demográficas e enfraquecimento da política monetária. Concluiremos no capítulo V e discutimos as implicações políticas.

Os resultados sugerem que os formuladores de políticas devem levar em conta o perfil demográfico do país na condução de políticas monetárias. Em particular, a política monetária terá de operar de forma diferente e mais agressiva nos países mais velhos para obter o mesmo impacto que numa sociedade mais jovem.

A política monetária é um instrumento chave dos formuladores de políticas para estabilizar a economia. Se envelhecimento da população reduz marginalmente a eficácia da política monetária, outros instrumentos para estabilizar a economia tornam-se necessários. O papel relativo da política fiscal e macro prudencial como um meio para estabilizar a economia pode se tornar cada vez mais importante.

Marcela Racy Kurtenbach.


Orientador: Tiago Couto Berriel.

Banca: Eduardo Zilberman. Rafael Santos.

Curva de Phillips americana: o caso da inflação perdida

O presente trabalho investiga a dinâmica mais recente da inflação americana. A principal motivação é o fato da mesma se encontrar em patamar aquém do projetado pelo banco central e analistas, questão que denominamos como o “caso da inflação perdida" em analogia ao "caso da deflação perdida" da Grande Depressão de 2008.

Com o arcabouço teórico utilizado por Ball e Mazumder (2015), buscamos responder os principais temas em debate na conjuntura atual: Por que a inflação não está acelerando? Houve um achatamento da Curva de Phillips? Por que o nível da inflação está baixo?

Concluímos que a inclinação da Curva de Phillips pouco se alterou, refutando a tese de achatamento - muito presente nas discussões atuais. Com menor grau de convicção, mas com evidências convincentes, verificamos a existência, ainda que pequena, de uma ociosidade no mercado de trabalho assim como uma queda na NAIRU de curto prazo e na taxa natural de desemprego, o que justificaria a ausência de uma aceleração na inflação. Além disso, defendemos que a principal alteração na relação ocorreu via um deslocamento para dentro da Curva de Phillips, devido à queda na expectativa de inflação dos agentes econômicos. Argumentamos que este fenômeno coincidiu com o choque estrutural na oferta de petróleo, o que junto com outros fatores - como choques tecnológicos - justificam um menor nível de inflação esperada para os próximos anos. Baseado neste estudo, entendemos que a meta de dois por cento do banco central americano torna-se mais desafiadora, o que exigiria um sobreaquecimento da inflação de serviço. 

Carlos de Carvalho Macedo Neto.


Orientador: Márcio Gomes Pinto Garcia.

Banca: José Carlos dos Reis Carvalho. Waldyr Dutra Areosa.

Convergência Não-Linear para o Câmbio de Equilíbrio: Uma Aplicação do Modelo ESTAR

Desde o século XVI, já existia a idéia de que o poder de compra deveria influenciar no valor de cada moeda. A fim de se entender as relações entre câmbio e inflação, esse trabalho utiliza o modelo Exponential Smooth Transition Autoregressive (ESTAR) para analisar o processo de reversão a média do câmbio real para uma ampla gama de moedas. A partir dos resultados desse modelo, extraímos informações valiosas sobre como as moedas se comportam dependendo da distância de suas médias históricas possuindo diferentes tempos de meia vida. Por fim, utilizamos o resultado para selecionar um portfólio de moedas para verificar se é gerado alfa no retorno do investimento se comparado ao portfólio igualmente dividido entre as moedas.

Thiago Alfred de Souza Pacheco.


Orientador: Marcelo Medeiros.

Co-orientador: Fernando Machado Gonçalves.

Banca: Ruy Monteiro Ribeiro. Axel André Simonsen.

Impacto da quebra de conexões políticas sobre o valor das firmas: Evidência das eleições presidenciais de 2014

Esse trabalho busca auferir o efeito da quebra dos laços políticos das principais empresas presentes no mercado acionário brasileiro a partir dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, maior operação anticorrupção da polícia federal brasileira. A partir dos dados das doações feitas e registradas no TSE das empresas, seus acionistas e diretores para as 3 principais campanhas eleitorais de 2014 (Dilma Rousseff, Aécio Neves e Marina Silva), o objetivo é demonstrar a relação causal entre essas doações (indicadora de laços políticos) e os desvios de retorno da média condicional das ações (beta de mercado). Verifica-se, no entanto, que o excesso de retorno não é correlacionado com as doações de campanha.

Daniel Camara Belem.


Orientador: Pablo Hector Seuanez Salgado.

Banca: Arthur Amorim Bragança. Márcio Gomes Pinto Garcia. Luiz Felipe Pires Maciel.

O Efeito Tamanho nos Retornos das Firmas no Mercado Brasileiro e Como o Controle para Outros Fatores Podem Influenciar nos Resultados

Esta dissertação busca replicar, para o mercado brasileiro, a abordagem e as metodologias utilizadas por Asness, Frazzini e Perdersen (2015) na tentativa de verificar a existência de prêmio positivo entre os retornos de firmas pequenas e firmas grandes no mercado norte-americano e, adicionalmente, mensurar como o fator Qualidade entre outros, poderiam influenciar no resultado desse prêmio, otimizando-o ou não de acordo com o controle para tais variáveis. O trabalho se pauta no modelo clássico de precificação de Fama & French, tanto para definir o fator que representará o prêmio por tamanho como para a criação de diversos portfolios que resultam nos outros fatores a serem considerados nas regressões de cada estudo.

Vinicius Bandeira de Mello.


Orientador: Ruy Monteiro Ribeiro.

Banca: Pablo Hector Seuanez Salgado. Axel André Simonsen.

Persistência Inflacionária no Brasil: Uma Análise da variação da inércia inflacionária na última década

Um dos principais determinantes da dinâmica inflacionária no Brasil é seu grau de persistência. Essa característica é especialmente importante pois ela afeta o custo de trazer a inflação de volta à meta. Nosso trabalho tem como objetivo analisar a variação da inércia no Brasil na última década. Apresentamos uma visão desagregada da inflação com uma análise da inflação de preços livres, comercializáveis e não-comercializáveis através de modelos autoregressivos univariados e uma Curva de Phillips Híbrida Novo Keynesiana desagregada. Acrescentamos uma proxy para credibilidade ao modelo tradicional a fim de mitigar o viés de variáveis omitidas em nossas estimações. Nosso estudo mostra que a inércia subiu em todos os setores investigados na última década. Além disso, podemos perceber uma queda da inércia nos últimos anos, sobretudo no setor de não-comercializáveis.

Julio Mendes Libergott.


Orientador: Carlos Viana de Carvalho.

Banca: Marcelo Medeiros. Marco Bonomo.

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